quarta-feira, 28 de novembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Identificada a mãe solteira que passa o dia no café a virar bejecas e tirar umas passas, à custa do RSI e do abono de família dos putos, e que o DN descobriu ter duas casas da Câmara: vive numa e aluga a outra por uma nota preta.
Depois duma apurada investigação que provavelmente meteu também umas quantas sessões de visionamento de imagens de reportagens da RTP, foi finalmente identificada a mãe solteira que passa o dia no café a virar bejecas e tirar umas passas, tudo à custa do RSI e do abono de família dos putos, e que o DN descobriu ter duas casas da Câmara: vive numa e aluga a outra por uma nota preta.
Em vez de nos informar das dramáticas consequências que o corte de subsídios e outras prestações sociais está a ter sobre os mais desamparados, o alegado jornalista do DN prefere fazer de caixa de ressonância das posições do Governo que, através deste boy do IHRU, vai preparando o ambiente para alargar os despejos às famílias que vivem em casas de habitação social.
No seu vómito sobre os mais desprotegidos, afiançam que "há quem tenha mais de uma habitação social, vivendo numa e alugando outra", doutros que "venderam a chave" e de "ainda alguns milhares de portugueses, hoje com rendimentos mais elevados, que continuam a pagar rendas baixas porque a lei não permite despejá-los", mas são incapazes de mostrar uma única chave vendida ou alugada, e sabem muito bem que embora a lei não permita despejos, prevê a revisão anual da renda em função dos rendimentos do agregado familiar.
Merda de jornais, não é? E de Governo, claro.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
WALMART
Um dia histórico para os trabalhadores de Serviços americanos.
Há 50 anos a maior empresa dos Estados Unidos era a General Motors, do celebrado o que é bom para a General Motors é bom para a América, onde o salário/hora médio dum operário andava à volta dos 50 dólares (a preços actuais). Agora o lugar de maior empresa pertence à cadeia de lojas Walmart, um gigante mundial que emprega um milhão e quatrocentos mil trabalhadores, que recebem em média um salário/hora de 8,81 dólares.
Há muitas razões para este abismal retrocesso, e uma delas é certamente o declínio da sindicalização nos Estados Unidos. Nos anos 50 o sindicato United Auto Workers era uma força efectiva dentro da GM, conseguindo negociar condições favoráveis para os seus trabalhadores. Na Walmart os trabalhadores não têm representação sindical e para além dos baixos salários confrontam-se ainda com péssimas condições de trabalho, e até de respeito pela sua dignidade.
Mas hoje é um dia importante não só para os trabalhadores da Walmart, como para os outros trabalhadores do sector de Serviços, de longe o que emprega maior numero de trabalhadores nos Estados Unidos. Depois duma greve, a primeira em 50 anos, que no mês passado envolveu 28 lojas, hoje os trabalhadores da Walmart, com o apoio do sindicato United Food and Commercial Workers Union estão novamente em luta.
Num dia de grande afluência às lojas, o dia da festa das compras nos USA, o Black Friday, o protesto não está a afectar substancialnente o negócio da empresa, mas os piquetes de greve que se estendem por 46 Estados e envolvem cerca de 1000 lojas, estão a ter um grande impacto junto dos milhões de clientes da Walmart, a maioria deles também trabalhadores.
Como dizia Galileu: Eppur si muove.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
CONSEQUÊNCIAS DA AUSTERIDADE
Papa retira burro e vaca do presépio, e a Maria tem de devolver as quecas.
Vais ver, diz o burro à vaca, que a esta hora já estamos na lista de privatizações do Gaspar.
A notícia é do Publico de hoje, e é só para dizer que aqui na Essência estamos todos desolados.
Adenda (lido no Facebook)
Confirma-se que a vaca sai, mas a Maria e o burro continuam em Belém.
Adenda (lido no Facebook)
Confirma-se que a vaca sai, mas a Maria e o burro continuam em Belém.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Quem é que pode aprender com quem?
A propósito da visita do Presidente da Colômbia a Portugal,
ouvi ontem num noticiário um comentador tecer elogios ao modelo económico e social
colombiano (onde já vão as nossas referências). Fiz uma pequena busca para
comparar os indicadores que realmente importam para avaliar as virtudes de um
modelo de sociedade e eis as comparações:
Índice que mede a desigualdade de distribuição do rendimento
(Gini: 0 igual» 100 desigual)
Colômbia (Gini: 52), Portugal (Gini: 33,7)
Índice de Desenvolvimento Humano
Colômbia (IDH: 0,710 – 79º posição), Portugal (IDH: 0,809 –
41º posição)
Esperança Média de Vida
Colômbia (72,9 anos – 84º posição), Portugal (79,4 anos – 39º
posição)
Mortalidade Infantil (aqui
há um abismo)
Colômbia (19,1/mil nasc. – 90º posição), Portugal (3,1/mil nasc. – 26º
posição)
Alfabetização
Colômbia (92,7% – 83º posição), Portugal (94,9% – 68º posição)
De acordo com dados da Comissão Económica para a América
Latina e o Caribe só há dois países mais desiguais que a Colômbia, as Honduras
e a Guatemala. De acordo com a mesma fonte de entre os países que mais evoluíram
na redução da desigualdade medida pelo índice de Gini estão a Venezuela, o
Peru, a Argentina, o Brasil e a Bolívia.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Das Glândulas Sudoríparas
ONTEM, dia da bem sucedida Greve Geral, o “encoberto” Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, lá veio dar mais um ar da sua graça, ao afirmar que o direito à greve “deve ser respeitado”, para logo a seguir acrescentar que em dia de paralisação geral decidiu trabalhar (lembram-se do seu pitoresco “deixem-me trabalhar!” dos anos 90?), reunindo com o seu homólogo colombiano, para contribuir para um futuro com mais emprego e crescimento. De facto, para os lados de Belém, o odor a transpiração era insuportável, muito embora o esforço sobre-humano da presidencial figura, não tenha conseguido contrariar os números do desemprego, os quais, segundo informação do Instituto Nacional de Estatística, subiram para 15,8%.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
GREVE GERAL 14/11
Como fazer greve sem causar transtorno a ninguém.
No dias de Greve Geral, ou doutras greves como as dos transportes, a alegada comunicação social consegue sempre arranjar meia dúzia de paisanos a queixaram-se em directo dos transtornos que a greve provoca nas suas, doutro modo, tão harmoniosas vidinhas.
Fazer greve sem prejudicar o cidadão comum? Seja criativo, veja o exemplo deste professor que arranjou uma solução impecável para evitar o eventual transtorno que a Greve Geral de dia 14 poderia criar a alguns dos seus alunos:
Caros Alunos,
Em sequência da Greve Geral anunciada para o próximo dia 14, a maioria dos alunos da T05 não irá comparecer à aula de quarta-feira. Deste modo, e para evitar que as duas turmas fiquem em pontos muito diferentes da matéria, informo que não vos darei aulas amanhã dia 13 de Novembro.
Até sexta-feira.
Cumprimentos,
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
PROPOSTA DE EXTINÇÃO DE FREGUESIAS
Na parte oriental do concelho de Loures 10 freguesias são reduzidas a 4
Já é conhecida a Proposta de Extinção de Freguesias que, no que respeita à parte oriental do concelho de Loures é semelhante ao desolador cenário que aqui tínhamos ensaiado. Aliás, em relação à redução do numero de freguesias resultante da aplicação da lei nesta parte do concelho, estava na cara que seria de 10 para 4.
As 3 freguesias de Santa Iria da Azóia (18240 habitantes), São João da Talha (17252) e Bobadela (8839) ficam reduzidas a uma única, o mesmo acontecendo às freguesias de Camarate (19789), Unhos (9507) e Apelação (5647). Juntam também Sacavém (18469) e Prior Velho (7136) numa freguesia, e Moscavide (14266) e Portela (11809) noutra. Tudo freguesias urbanas com população entre 18200 e 5600 habitantes.
Na zona ocidental do concelho a Santo António dos Cavaleiros (25881) junta-se Frielas (2171), e os dois Tojais , Santo Antão (4216) e São Julião (3837) , são também juntos numa única Freguesia. Mantêm-se no concelho de Loures, as freguesias de Bucelas (4663), Fanhões (2801), Lousa (3169) e Loures (27362).
Para disfarçar a violência duma reorganização alucinada (como lhe chamou Mota Amaral), e não juntar insulto à injúria, mantêm os nomes das freguesias extintas na designação das novas freguesias, por exemplo União das Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela, o que é algo de muito pratico de dizer sempre que lhe perguntarem em que freguesia reside e, no futuro, qual a freguesia da sua naturalidade.
Vai ser interessante de ver como é que se vão enfiar nomes com 50 ou 60 caracteres em impressos ou bases de dados que previam nomes com o máximo de 20 ou 25 letras, e o que é que acontece se, por engano, trocarmos a ordem dos nomes. Será que, como na propriedade associativa da soma ou da multiplicação, a ordem dos factores também vai ser arbitrária?
Arbitrária certamente é uma alegada reforma administrativa que não traz quaisquer benefícios e que apresenta todos os inconvenientes que autarcas e populações não se cansam de apontar. Em Loures, num mesmo concelho, se a proposta for aprovada na AR e promulgada pelo Presidente da República, vamos passar a ter freguesias com mais de 35 mil ou mesmo 44 mil habitantes (uma freguesia com mais habitantes do que 242 dos 308 Concelhos do país), ao lado de outras com cerca de 3000 habitantes.
Ou seja, antes que estas aberrações se concretizem, mais um motivo para correr com um Governo que nunca devia sequer ter tomado posse.
As eventuais futuras 10 freguesias do concelho de Loures, e numero de habitantes:
- União das Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela - 44331
- União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação - 35156
- União das Freguesias de Sacavém e Prior Velho - 25605
- União das Freguesias de Moscavide e Portela - 26075
- União das Freguesias Santo António dos Cavaleiros e Frielas - 28052
- Freguesia de Loures - 27362
- União das Freguesias de Santo Antão do Tojal e São Julião do Tojal - 8053
- Freguesia de Bucelas - 4663
- Freguesia de Fanhões - 2801
- Freguesia de Lousa - 3169
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
MÁRIO DE CARVALHO FALA DO FASCISMO QUE, PARA OS SIMPATIZANTES DOS FASCISTAS, NUNCA EXISTIU.
"Eu nunca fui obrigado a fazer a saudação fascista aos «meus superiores».
Eu nunca andei fardado com um uniforme verde e amarelo de S de Salazar à cintura.
Eu nunca marchei, em ordem unida, aos sábados, com outros miúdos, no meio de cânticos e brados militares.
Eu nunca vi os colegas mais velhos serem levados para a «mílícia», para fazerem manejo de arma com a Mauser.
Eu nunca fui arregimentado, dias e dias, para gigantescos festivais de ginástica no Estádio do Jamor.
Eu nunca assisti ao histerismo generalizado em torno do «Senhor Presidente do Conselho», nem ao servilismo sabujo para com o «venerando Chefe do Estado».
Eu nunca fui sujeito ao culto do «Chefe», «chefe de turma», «chefe de quina», «chefe dos contínuos», «chefe da esquadra», «chefe do Estado».
Eu nunca fui obrigado a ouvir discursos sobre «Deus, Pátria e Família».
Eu nunca ouvi gritar: «quem manda? Salazar, Salazar, Salazar».
Eu nunca tive manuais escolares que ironizassem com «os pretos» e com «as raças inferiores».
Eu nunca me apercebi do «dia da Raça».
Eu nunca ouvi louvar a acção dos «Viriatos» na Guerra de Espanha.
Eu nunca fui obrigado a ler textos escolares que convidassem à resignação, à pobreza e ao conformismo;
Eu nunca fui pressionado para me converter ao catolicismo e me «baptizar».
Eu nunca fui em grupos levar géneros a pobres, politicamente seleccionados, porque era mesmo assim.
Eu nunca assisti á miséria fétida dos hospitais dos indigentes.
Eu nunca vi os meus pais inquietados e em susto.
Eu nunca tive que esconder livros e papéis em casa de vizinhos ou amigos.
Eu nunca assisti à apreensão dos livros do meu pai.
Eu nunca soube de uma cadeia escura chamada o Aljube em que os presos eram sepultados vivos em «curros».
Eu nunca convivi com alguém que tivesse penado no Tarrafal.
Eu nunca soube de gente pobre espancada, vilipendiada e perseguida e nunca vi gente simples do campo a ser humilhada e insultada.
Eu nunca vi o meu pai preso e nunca fui impedido de o visitar durante dias a fio enquanto ele estava «no sono».
Eu nunca fui interpelado e ameaçado por guardas quando olhava, de fora, para as grades da cadeia.
Eu nunca fui capturado no castelo de S. Jorge por um legionário, por estar a falar inglês sem ser «intréprete oficial».
Eu nunca fui conduzido à força a uma cave, no mesmo castelo, em que havia fardas verdes e cães pastores alemães.
Eu nunca vi homens e mulheres a sofrer na cadeia da vila por não quererem trabalhar de sol a sol.
Eu nunca soube de alentejanos presos, às ranchadas, por se encontrarem a cantar na rua.
Eu nunca assisti a umas eleições falsificadas, nunca vi uma manifestação espontânea ser reprimida por cavalaria à sabrada;
eu nunca senti os tiros a chicotearem pelas paredes de Lisboa, em Alfama, durante o Primeiro de Maio.
Eu nunca assisti a um comício interrompido, um colóquio desconvocado, uma sessão de cinema proibida.
Eu nunca presenciei a invasão dum cineclube de jovens com roubo de ficheiros, gente ameaçada, cartazes arrancados.
Eu nunca soube do assalto à Sociedade Portuguesa de Escritores, da prisão dos seus dirigentes.
Eu nunca soube da lei do silêncio e da damnatio memoriae que impendia sobre os mais prestigiados intelectuais do meu país.
Eu nunca fui confrontado quotidianamente com propaganda do estado corporativo e nunca tive de sofrer as campanhas de mentalização de locutores, escribas e comentadores da Rádio e da Televisão.
Eu nunca me dei conta de que houvesse censura à imprensa e livros proibidos.
Eu nunca ouvi dizer que tinha havido gente assassinada nas ruas, nos caminhos e nas cadeias.
Eu nunca baixei a voz num café, para falar com o companheiro do lado.
Eu nunca tive de me preocupar com aquele homem encostado ali à esquina.
Eu nunca sofri nenhuma carga policial por reclamar «autonomia» universitária.
Eu nunca vi amigos e colegas de cabeça aberta pelas coronhas policiais.
Eu nunca fui levado pela polícia, num autocarro, para o Governo Civil de Lisboa por indicação de um reitor celerado.
Eu nunca vi o meu pai ser julgado por um tribunal de três juízes carrascos por fazer parte do «organismo das cooperativas», do PCP, com alguns comerciantes da Baixa, contabilistas, vendedores e outros tenebrosos subversivos.
Eu nunca fui sistematicamente seguido por brigadas que utilizavam um certo Volkswagen verde.
Eu nunca tive o meu telefone vigiado.
Eu nunca fui impedido de ler o que me apetecia, falar quando me ocorria, ver os filmes e as peças de teatro que queria.
Eu nunca fui proibido de viajar para o estrangeiro.
Eu nunca fui expressamente bloqueado em concursos de acesso à função pública.
Eu nunca vi a minha vida devassada, nem a minha correspondência apreendida.
Eu nunca fui precedido pela informação de que não «oferecia garantias de colaborar na realização dos fins superiores do Estado».
Eu nunca fui objecto de comunicações «a bem da nação».
Eu nunca fui preso.
Eu nunca tive o serviço militar ilegalmente interrompido por uma polícia civil.
Eu nunca fui julgado e condenado a dois anos de cadeia por actividades que seriam perfeitamente quotidianas e normais noutro país qualquer;
Eu nunca estive onze dias e onze noites, alternados, impedido de dormir, e a ser quotidianamente insultado e ameaçado.
Eu nunca tive alucinações, nunca tombei de cansaço.
Eu nunca conheci as prisões de Caxias e de Peniche.
Eu nunca me dei conta, aí, de alguém que tivesse sido perseguido, espancado e privado do sono.
Eu nunca estive destinado à Companhia Disciplinar de Penamacor.
Eu nunca tive de fugir clandestinamente do país.
Eu nunca vivi num regime de partido único.
Eu nunca tive a infelicidade de conhecer o fascismo."
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