quinta-feira, 10 de março de 2016
AS DUAS POSSES DE MARCELO: COMO PR, E COMO CHEFE DA DIREITA
Se dúvidas ainda houvesse, o discurso de tomada de posse de Marcelo aí está para as esclarecer, aqui.
Eleito com base nos votos do PSD e CDS (e alguma penetração fora dessa área), Marcelo no discurso de ontem faz um corte radical com o Pafismo que nos desgovernou nos últimos quatro anos, e anuncia urbi et orbi, um novo rumo para a direita.
Perante a impossibilidade, a curto ou médio prazo, dum regresso da direita ao poder com base no programa e radicalismo da Paf, há que inflectir ao centro, dar a volta ao discurso, retomar o modelo do "arco da governabilidade" e ir criando as pontes que, em próximas eleições, possibilitem um entendimento com o PS.
Estratégia a que uma boa parte da direita já se rendeu, como é evidente do coro de loas suscitado pela tomada posse e o discurso de Marcelo.
Agora é esperar que Passos (que nem foi ao almoço em Belém) e o que resta do Pafismo implodam de vez, e procurar um novo rosto para o PSD que, com outra lábia, com outro tique, assuma o papel de líder da Oposição.
No entanto, embora a Marcelo se reconheça a visão e perspicácia para a criação destes grandes desígnios, já o mesmo não se pode dizer quanto à respectiva concretização. A sua conhecida hiper actividade, e a proverbial tendência de se enredar com a própria sombra, podem deitar tudo a perder.
Além disso, e mais importante, Marcelo e a direita recauchutada não vão ocupar sozinhos aquele cenário e, entre outras, há uma variável da equação que pode conduzir a um resultado diametralmente oposto daquilo que está nos planos de Marcelo.
Aí pergunta o estimado leitor: Mas afinal que variável é essa? E eu respondo: É o Povo, pá!
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Marcelismo?
ResponderEliminar"fascismo cultural doce"?
Julgo que mais do que distancia Marcelo de Passos
foi a distância de Passos de tudo o resto
que orientou a estratégia de Marcelo
para reabilitar o arco da governação...