segunda-feira, 9 de novembro de 2015
O PCP E O BE DEVEM IR PARA O GOVERNO
Se, como disse ontem (6/11) António Costa, o PS está aberto à participação do PCP e do BE no governo, então estes partidos devem assumir em pleno as responsabilidades e dificuldades de pôr em pratica os acordos a que chegaram com o PS.
Durante a campanha eleitoral quer o PCP quer o BE afirmaram-se dispostos a assumir responsabilidades governativas, e é isso que agora esperam deles os cerca de um milhão de eleitores que neles votaram.
É certo que quer o PCP, quer em certa medida o BE, deixaram clara a necessidade dum tipo de rotura com as actuais politicas de austeridade que o PS, maioritário à esquerda, não acompanha.
Mas o facto, de que podemos não gostar mas que temos de aceitar, é que não estão criadas as condições sociais e politicas que permitam pôr na ordem do dia questões como a presença do país no euro ou a rejeição do Tratado Orçamental.
A escolha agora é entre a continuação do governo da direita neo liberal e reaccionária do PSD/CDS, ou um governo à esquerda (não confundir com um governo de esquerda) que embora sem um programa para ultrapassar os bloqueios principais com que o país se defronta, possa ao menos travar as politicas de destruição económica e social que arrasaram o país nos ultimo anos.
A saída da Crise (a saída de qualquer crise dum país), exige uma ampla mobilização social, com particular destaque para os trabalhadores e outras forças progressistas. A participação do PCP e do BE num governo do PS deve ser também entendida como um contributo à indispensável mobilização da sociedade portuguesa por um futuro melhor e mais digno.
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Tenho andado às voltas com perguntas e respostas sobre este assunto e confesso que, no fim de tudo, me sinto inclinado para a defesa deste ponto de vista, pese embora tudo o que em abono desta, como da hipótese contrária, pode, com verdade, ser dito.
ResponderEliminarCaríssimo J. Eduardo Brissos: confesso que não esperava que, com a tua experiência e lucidez políticas, viesses sustentar uma tal ideia. Pensava eu que era fácil de poerceber que a presença de ministros comunistas no governo implicava necessariamente um acordo programático muito mais vasto do o que foi possível celebrar e que a presença no governo de comunistas ( 1? 2?) só serviria para responsabilizar o PCP por tudo mas tudo o que o Conselho de Ministro decidisse. Ias gostar de ver ?
ResponderEliminarCaro amigo e camarada Vitor Dias,
ResponderEliminarClaro que não ia gostar de ver. Mas basta o apoio do PCP ao governo PS para, inevitavelmente, ver o PCP ser responsabilizado por tudo aquilo que o governo PS fizer. Tal como a ausência do PCP do governo levará a que seja acusado de fugir às suas responsabilidades, o que também não gostarei de ver.
Mas ia gostar de ver ministros comunistas a fazer diferente e melhor, a mostrar na pratica aquilo que há 40 anos não vemos, ministros do PCP a governarem a favor dos trabalhadores e do povo.
De qualquer modo, com ou sem presença no governo, com mais ou menos riscos de o PCP e a esquerda virem a pagar um preço elevado, o entendimento que permitirá travar as politicas de destruição económica e social que arrasaram o país nos últimos anos, é um acontecimento do maior alcance e importância para os trabalhadores e outros sectores progressistas.