O desafio lançado pelo Syriza não diz apenas respeito à Grécia, põe em causa todo o fundamentalismo austeritário de Berlim e Bruxelas, e oferece uma alternativa à deriva anti democrática, neo liberal, anti Estado Social, e suicidária da UE.
A capitulação ou derrota do governo de Tsipras terá consequências imprevisíveis para a Grécia e muito negativas para toda a UE, particularmente para a Espanha onde também se desenha uma alternativa de governo anti Austeridade, e até para Portugal onde muita coisa pode acontecer daqui até Outubro.
O que, até agora, não tem faltado ao ministro das Finanças Varoufakis, nos seus contactos com quem manda na UE, é a flexibilidade na procura de soluções que respeitem o caminho democraticamente escolhido pelos gregos.
A inflexibilidade da UE, a sua cegueira para o que está em causa, para além das consequências que terá para a Grécia, não poupará igualmente outros países que já estão, ou que irão a curto prazo, sofrer as consequências da Austeridade.
Se não houver agora uma viragem a contestação à Austeridade não parará, e o mais provável é que o próximo desafio à UE não venha da esquerda mas, pelo que se perfila, duma extrema direita em clara ascensão, e que pode agora ser travada: FN francesa, UKIP inglês, Aurora Dourada grega, fascistas hungaros, e toda a escória que espera o seu momento de nos saltar em cima.
Hoje 5/2 em Atenas na praça Syntagma, penso que pela primeira vez desde há muito tempo numa capital da Europa, decorreu há pouco uma manifestação de apoio ao governo em funções.
Será bom que por toda a Europa, todos os democratas, todos os antifascistas, todos os que defendem a Paz, não fiquem apenas sentados a assistir, e procurem formas de manifestar o seu apoio ao Povo grego e de rejeição às politicas desta UE que nos arrasta para o abismo.
Foto de Joshua Tartakovsky, jornalista freelance a viver em Atenas.
Sem comentários:
Enviar um comentário