Pormenor da manif. (ou passeata como lá lhe chamam) no Rio de Janeiro a 20/6/2013
Há cerca de dois anos, logo a seguir à manif do 15O, falei aqui
SOBRE O MEME DO APARTIDARISMO, e a forma de tentar lidar com o dito, sobre as raízes e riscos do apartidarismo, que embora diariamente instigado pelas forças interessadas na divisão do movimento popular, já não se apresenta hoje entre nós com a virulência de há dois anos atrás.
Também agora do Brasil chegam noticias de sintomas da conhecida doença do apartidarismo (velho de quase um século, com raízes nos fascismos dos anos 20) entre os recém chegados, e sempre benvindos, à intervenção cívica e política activa, como se pode ler neste relato da
manifestação de ontem, 20/6, no Rio de Janeiro, que fala da tentativa de alguns destes novos activistas de monopolizar o movimento e impedir a livre e democrática expressão do descontentamento geral a forças sociais e politicas organizadas.
Mas enquanto por cá os estragos do apartidarismo se limitaram a dificultar o alargamento e consolidação do movimento anti austeridade, o que é mau, do Brasil chegam-nos noticias bem mais preocupantes, que falam do aproveitamento e manipulação das manifestações populares e de tentativas golpistas (embora não necessariamente militares), pelos sectores mais conservadores e reaccionários da sociedade brasileira, como podem ler neste texto,
Está tudo tão estranho, e não é à toa, duma activista do MPL - Movimento Passe Livre - que convocou a manifestação inicial de 10 de Junho em São Paulo.
Como a autora nos avisa, o texto, muito objectivo e circunstanciado, não é de leitura fácil, acrescendo ainda no nosso caso o desconhecimento dos meandros da politica brasileira como por exemplo que a PM (Policia Militar), que com a sua violenta actuação ateou um fogo que rapidamente alastrou a todo o país, depende directamente de Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo, politico da direita neoliberal fundador do PSDB, partido na oposição ao governo de Dilma, ou ainda da natureza conservadora e golpista da grande imprensa e TV brasileiras, e do seu papel muito activo nos acontecimentos que se estão a desenrolar no Brasil.
E o PT? A milhas das posições autoritárias de Erdogan que trata os manifestantes de terroristas, ou mesmo de Passos Coelho que, sem condições objectivas para reprimir as manifestações, declara cinicamente que se trata dum direito democrático mas sem qualquer efeito sobre as politicas do governo, ao menos Dilma diz "
estar atenta às vozes da população e comprometida com as transformações sociais", tendo marcado para hoje dia 21/6 uma reunião com vários ministros para avaliar a situação, depois das manifestações de ontem dia 20/6 que reuniram mais de 1 milhão de pessoas em mais de 80 cidades do Brasil.
Adenda
Rejeitar as manobras golpistas